Escrevo estas linhas no dia 1 de Março, mergulhado em sentimentos opostos.
Por um lado, alegria pelos 731 anos da Universidade de Coimbra e pelo Prémio da UC ter sido atribuído ao Cardeal Tolentino Mendonça, figura ímpar da nossa Cultura e um humanista que muito admiro. Uma decisão unânime do júri, de que fiz parte.
Mas, em contrapartida, com enorme tristeza por ter acabado de receber a notícia do falecimento do Dr. Jorge Condorcet Pais Mamede, um dos mais antigos e mais dedicados membros da Associação dos Antigos Estudantes de Coimbra (AAEC) – filho do primeiro Presidente desta Associação, Dr. Júlio Condorcet Pais Mamede.
Contávamos com ele, com o seu entusiasmo, com o seu bom humor e simpatia, com a sua magia, para animar os espectáculos que a AAEC quer promover logo que possível.
Infelizmente, já não vai estar presente, a não ser na nossa memória.
Aliás, honrar a memória dos que já partiram é um dos nossos propósitos. E não há melhor forma de o fazer do que a de concretizar os seus anseios.
Como alguns saberão, a AAEC foi fundada em 1959 por um grupo de prestigiadas personalidades ligadas à Academia de Coimbra.
Os respectivos Estatutos apontavam, entre os vários objectivos, “a protecção e auxílio moral e material a todos os antigos estudantes de Coimbra deles carecidos.”
Ora a verdade é que esta pandemia – que, qual inesperado tsunami, está a varrer o Mundo – para além do trágico balanço em perda de vidas, está a provocar enormes dificuldades a elevadíssimo número de pessoas, entre as quais também a antigos e actuais estudantes de Coimbra.
Muitos dos actuais estão a ver-se forçados a abandonar os estudos, porque as respectivas famílias não conseguem suportar as despesas (propinas, livros, alojamento, alimentação, transportes…). E isso é um preocupante empobrecimento para o País, tornando-se urgente que surjam medidas governamentais que combatam esta situação.
Mas hoje é sobretudo aos antigos estudantes que quero referir-me, já que muitos estão a enfrentar situações dramáticas, sem meios para uma subsistência digna, muitas vezes sem conseguirem, sequer, adquirir os medicamentos que ajudam a tornar a velhice menos penosa.
Daí que a AAEC se proponha desenvolver esforços para concretizar um dos propósitos dos fundadores, há 62 anos: a criação de uma residência para antigos estudantes.
Será a “Real República dos Antigos Estudantes de Coimbra”, uma estrutura com uma organização semelhante à das outras “Repúblicas”, onde os antigos estudantes possam encontrar condições de conforto e de convívio, regidas pelo saudável espírito fraterno que sempre caracterizou a Academia de Coimbra.
Já só falta a casa, pois potenciais residentes há muitos.
Talvez entre os Leitores haja quem possa ajudar a tornar este sonho realidade.
Aceitamos sugestões e doações!…
Basta enviar mensagem para aaec@aaec.pt